José da Costa Sequeira
(1800-1872)

 

Nota biobibliográfica do Dicionário Bibliográfico Português

JOSÉ DA COSTA SEQUEIRA, Professor substituto da cadeira de Architectura civil na Academia das Bellas-artes de Lisboa ……. – E.

3015) Noções theoricas de architectura civil, seguidas de um breve tractado das cinco ordens de architectura de J. B. Vinhola, traduzidas e compiladas, etc. Lisboa, Typ. de A. S. Coelho 1839. 4.º – Segunda edição. Ibi, Typ. de José Baptista Morando 1848. 4.º de 28-28 pag. Com tres estampas gravadas pelo artista da sobredita Academia J. J. dos Sanctos.

3016) Compendio de geometria practica applicada ás operações do desenho, para servir de estudo preliminar a quem se dedica ás bellas-artes, etc. Traduzido em portuguez. Lisboa, Typ. da Academia das Bellas-artes 1839. 4.º Com tres estampas.

3017) Elementos de perspectiva theorica e practica, para instrucção preliminar dos architectos, pintores, esculptores e de toda a classe de pessoas, que se dedicam ás artes do desenho. Lisboa, Typ. da Academia das Bellas-artes 1842. 4.º de 114 pag. Com treze estampas gravadas pelos artistas da Academia J. J. dos Sanctos, A. M. de O. Monteiro e F. T. de Almeida.

Vej. ácerca das referidas tres obras o que diz o Panorama, vol. VII (1843), a pag. 136.

3018) Methodo graphico para se aprenderem com muita facilidade os elementos de geometria pratica, e o desenho linear, applicado ás bellas-artes, ás profissões mechanicas e industriaes, e em geral a todas as classes scientificas e estudiosas. Lisboa, Typ. de Castro & Irmão 1857. Folio oblongo.

3019) Memoria descriptiva do projecto para o monumento que se pretende consagrar á memoria de S. M. I. o senhor D. Pedro, dugue de Bragança, offerecido aos amigos dos artistas nacionaes. Lisboa, Typ. de F. L. V. de Lara Everard 1842. 4.º de 4 pag.

3020) Relatorio que o Professor substituto de Architectura, servindo de secretario da Academia das Bellas-artes de Lisboa, leu no dia 30 de Novembro de 1840, em que teve logar a sessão magna da mesma Academia. — Sahiu com o Discurso pronunciado pelo director geral, Conde de Mello, e com a Descripção das obras apresentadas na primeira exposicão triennal. 4.º.

II

JOSÉ DA COSTA SEQUEIRA.

Amplie-se o artigo d'este modo:

Nasceu na freguezia de Nossa Senhora da Ajuda, em Belem, aos 21 de dezembro de 1800. Filho de Pedro Victor da Costa Teixeira e de D. Marianna Rosa das Dominações. Seu pae fôra alferes do regimento de infanteria n.º 1, fizera parte da legião portugueza, e morreu na famigerada retirada da Russia em 1811.

José da Costa não tinha o appellido Sequeira. Começou a usal-o com licença de seu tio materno, o celebre pintor Domingos Antonio de Sequeira (de quem se fez menção no Dicc., tomo IX, pag. 137). Estudou na casa do risco, no real palacio da Ajuda, desde 1818 até 1821, em que o promoveram a ajudante architecto supranumerario, logar que desempenhou sob a direcção dos architectos Fabri e Rosa, até 1824, em que o despacharam para as obras publicas. Desde essa epocha entrou em commissões diversas, e foi incumbido de obras de muita importancia, como em Cascaes, Cezimbra e Runa; do plano da igreja da Senhora da Rocha, em Linda a Pastora, de 1828 a 1832; da direcção dos trabalhos do jardim de S. Pedro de Alcantara, em 1836; da construcção do quartel para o antigo batalhão naval, em 1845; da construcção do edificio para o real observatorio astronomico de Lisboa, do plano para a conclusão do real paço da Ajuda, do jazigo real de S. Vicente de Fóra, etc. Um dos fundadores e primeiro secretario da associação dos architectos civis portuguezes, secretario da academia de bellas artes de Lisboa; socio correspondente da academia de bellas artes do Rio de Janeiro e de outras sociedades estrangeiras; cavalleiro da ordem de S. Thiago, do merito scientifico, litterario e artistico.

Era homem de estudo e de muita applicação, e por isso respeitado na sua classe. Silvestre Pinheiro Ferreira convidára-o para a direcção da secção artistica da Encyclopedia portugueza, e o visconde de Castilho pediu-lhe para escrever uma nota para a traducção dos Fastos. Collaborou no Archivo da associação dos architectos. — M. na sua casa de Lisboa, aos 6 de novembro de 1872. Para mais minuciosos esclarecimentos biographicos, veja-se o Elogio historico pelo sr. Joaquim Possidonio Narciso da Silva.

Do Compendio de geometria (n.º 3016) ha outra edição. Lisboa, na typ. de João Baptista Morando, 1850. 4.º de 55 pag. com 3 estampas.

Tem mais:

8289) Relatorio dos trabalhos effectuados no segundo semestre de 1866 pela associação dos architectos portuguezes, lido na sessão solemne de 25 de março de 1867, etc. Lisboa, na typ. Franco-portugueza, 1867. 8.º gr. de 14 pag. — Naturalmente, terá outros relatorios, mas não sei se estão impressos em separado.

8290) Dos theatros gregos e romanos comparados com os modernos. — No tomo II da versão dos Fastos, pag. 502 a 523.

Deixou ineditos:

8291) Estudos de architectura civil. Dois tomos com 708 folh. e 200 figuras. — No Elogio citado, pag. 14, lê-se: «Seria muito para desejar que se fizèsse a publicação (d'esta obra); porque sendo tão pobres de livros de auctores nacionaes que tratem de architectura civil, e existindo um ms. do tal importancia, era um verdadeiro serviço para o progresso dos estudos d'esta arte dar-se ao prelo tão interessante trabalho».

8292) Vocabulario de termos technicos de bellas artes.

8293) Compendio de perspectiva e projecções de sombras.

Recortes

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Bibliografia geral

Pimenta, Joaquim Alberto Borges, Desenho. Manuais do século XIX de autores portugueses, dissertação de mestrado, Porto, Faculdade de Letras da Universidade do Porto, 2003